segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desporto para Deficientes

Uma portuguesa na liderança da comitiva sueca dos Mundiais IBSA


A seleccionadora portuguesa de basquetebol em cadeira de rodas está nos Mundiais IBSA, para atletas com deficiência visual, mas na condição de directora técnica nacional da comitiva sueca. Emigrou há 12 anos, e ficou pelo norte da Europa.
Inês Lopes, que "sempre quis trabalhar no desporto adaptado", saiu de Portugal para estudar em Inglaterra e acabou por ir parar à Suécia, "numa altura em que tinha um namorado sueco".
Gostou, ficou, estudou mais e hoje integra a federação sueca de desporto para deficientes, além de trabalhar também com o comité paralímpico sueco.
No ano passado, orientou a selecção portuguesa de basquetebol em cadeira de rodas, da associação nacional de deficientes motores. Estiveram 10 dias juntos a preparar o campeonato da Europa.
"Os resultados não foram os melhores", porque, durante o estágio, "alguns jogadores importantes tiveram de sair devido a compromissos profissionais, algo impensável na Suécia", refere.
Inês Lopes tem dificuldades em fazer comparações entre o desporto adaptado na Suécia, "onde o dinheiro é distribuído de igual forma pelos atletas de elite olímpicos e paralímpicos", e em Portugal.
Para reforçar as diferenças, lembra que, no ano passado, os suecos tiveram um orçamento de 80.000 euros para o basquetebol em cadeira de rodas, enquanto o português rondou os 5.000.
No entanto, garante, apesar de "haver dinheiro na Suécia, não há o entusiasmo que se encontra em Portugal", onde "há muito bons atletas ainda por lapidar".
Com um curso de psicologia da saúde e um mestrado em psicologia do desporto, a portuguesa que trocou Cascais por Gotemburgo refere que "em Portugal há muita energia, muita vontade, mas alguma falta de possibilidades".
Ainda não sabe se vai continuar a trabalhar com a selecção portuguesa de basquetebol em cadeira de rodas. "Ainda não falámos sobre isso, talvez sim, talvez não", afirma, lembrando, mais uma vez, "a escassez de verbas para a preparação".
Vai a Portugal "matar saudades da família, dos amigos, de um bom peixe grelhado e do sol". O regresso definitivo não está no horizonte, porque gosta do que faz e o "nível de vida é incomparável".

Jornal: O JOGO
Ana Moreira

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