quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=RmDO-112Iak&feature=related

Catarina Pinto

Salvador- programa da RTP1

"Quais são os nossos limites? Quanto vale um sonho? O que é ser diferente? SALVADOR é um programa sobre desafios, experiências e emoções. Um programa inédito que desafia um convidado com deficiência a superar os seus limites através de uma aventura radical. Conduzido por Salvador Mendes de Almeida, cada episódio, com cerca de 20 minutos, vai dar a conhecer histórias exemplares de pessoas para quem o dia-a-dia se faz a vencer obstáculos mas, também, a celebrar a vida. SALVADOR é o programa sobre coragem, optimismo e integração que vai marcar a diferença."


Mariana Passos

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Reportagem - Os meus caminhos estão cheios de montes Evereste

Durante um dia, pusemo-nos no lugar da pessoa com mobilidade reduzida. Foi um inferno.
Por Marisa Soares
O Pedro, 33 anos, tem paralisia cerebral e um grau de dependência de 90 por cento. No gabinete do Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia, em Lisboa, onde trabalha como investigador, circula à vontade com a cadeira de rodas eléctrica, mas nem sempre foi possível nos sítios por onde passou. Hoje a escola dele é mais acessível, mas ainda não é assim em todos os estabelecimentos. “A sociedade não aprende”, diz, admitindo que é pessimista.
Ou será realista? A julgar pelo diagnóstico traçado por Celeste Costa, dirigente da Cooperativa Nacional de Apoio a Deficientes, o Pedro tem razão. “A maior parte das escolas não está preparada para receber crianças com deficiência motora. As bibliotecas são, quase sempre, no primeiro andar sem elevador. Em grande parte dos estabelecimentos, não há casas de banho adaptadas”, afirma, sentada na cadeira de rodas que usa há seis anos, à custa da poliomielite que a atingiu aos seis meses. Há melhorias, admite, mas não chegam. “Ainda há muito a fazer, sobretudo no campo das mentalidades.”
Há experiências que podem ser descritas, mas que só são compreendidas depois de passarmos por elas. E isso foi uma das certezas com que fiquei depois de me pôr no lugar destas pessoas, sentando-me numa cadeira de rodas. A vida fácil acabou logo à saída de casa. Quando falo da grande inclinação da rampa de acesso ao meu prédio, o experiente Pedro sabe do que me queixo. “A tua rampa é do estilo lança-rockets.” Descer por ali, sozinha, em cima de uma cadeira de rodas implica, na certa, sair disparada para o outro lado da estrada, ou antes disso espalhar-me ao comprido. Então, para que serve, se não facilita a passagem? Aí está uma boa pergunta.
Pedro aprendeu há muito que a simples colocação de rampas não garante nada. Para isso, estas estruturas teriam de cumprir a lei – não ter mais do que seis a oito por cento de inclinação – o que nem sempre acontece. Mas esta é a mesma lei que permite aos condomínios vetar a instalação de uma rampa no edifício. “A rampa ainda é inestética para quem não precisa dela”, afirma. E entre a estética e a função adivinhem lá quem ganha…
Barreiras sucedem-se
“Acusam-me de demagogia”, conta Celeste, “quando desafio os políticos a irem trabalhar um dia de cadeira de rodas, para verem como é.” Têm medo, talvez. E eu percebo-os, por um lado. Quando me disseram “Vais alugar uma cadeira de rodas e andar por aí”, também tive medo. Mas admito que nada melhor do que sentir na pele as dificuldades, para compreender a vida destas pessoas.
O desafio é passar um dia na cadeira de rodas e tentar cumprir a rotina diária. Alugo a cadeira (já depois de ter experimentado uma emprestada), e estaciono-a num canto da casa, à espera. Só com a ajuda de alguém, um “anjo da guarda”me lanço à aventura.
Os problemas começam ainda antes de chegar à rua. O apartamento, de portas e corredores largos, passa na prova (a casa de banho também é adaptável), mas, à saída, o primeiro obstáculo: o elevador, demasiado apertado. Retiro o apoio da cadeira para os pés e só assim consigo entrar e descer do oitavo andar ao rés-do-chão.
A partir daqui, as barreiras sucedem-se. Três degraus para chegar à porta do prédio e mais cinco degraus para chegar à estrada. Ao lado, a tal rampa “lança-rockets”. Tento descer. “Essa rampa não é indicada para cadeira de rodas”, diz-me a administradora do prédio. Fico a saber que, afinal, a rampa está ali para permitir a circulação das motas que estão à venda numa loja do rés-do-chão. Dúvida esclarecida.
Então, como entram e saem do prédio as pessoas em cadeira de rodas? “Bem, podem ir pela garagem, [mas] só cá vem uma senhora idosa em cadeira de rodas, de vez em quando.”
A lei permite que o meu prédio, construído antes de 1997, só seja acessível em 2017. E se as obras de adaptação forem “desproporcionadamente difíceis” ou caras, nem é preciso. Até lá, nota mental: não convidar amigos com cadeira de rodas para jantar.
Sigo viagem até ao comboio, que apanho diariamente. Encontro um jipe estacionado à saída da passadeira, em cima do passeio (que até é rebaixado, mas não tem pilaretes de ferro). Por isso, sou forçada a seguir pela estrada, lado a lado com os carros, em contramão.
Quando consigo voltar ao passeio, “tropeço” nas pedras soltas da calçada, nas caixas cinzentas que abrigam os contadores da electricidade e da água, e nas bocas-de-incêndio “plantadas” lá no meio. Para além disso, são muitos os passeios que não têm 1,20 metros de largura, como exigido por lei. É melhor regressar à estrada.
Transportes inacessíveis
Ultrapassado o caminho para a estação, tento apanhar o comboio. Dias antes, a operadora do Serviço Integrado de Mobilidade (SIM) da CP, que presta assistência no embarque a pessoas em cadeira de rodas, disse-me que a estação que utilizo – Barcarena, na linha de Sintra – não está abrangida por aquele serviço. Mesmo que estivesse, teria de pedir ajuda 48 horas antes, só nos dias úteis. Pouco prático. Talvez por isso, das 1015 chamadas que o SIM recebeu em 2009, apenas 88 pessoas pediram assistência.
No meu caso, afinal, a informação até estava errada. A estação de Barcarena está incluída no SIM, tal como 18 das 28 estações da linha de Sintra. A CP tem também um tarifário especial para acompanhantes de pessoas com incapacidade de 80 por cento ou mais, mas não nas linhas urbanas.
A composição chega, pára, e as portas abrem-se. A um primeiro degrau, afastado alguns centímetros da plataforma, segue-se outro, que me parece alto de mais, mesmo com ajuda. No período – curto – entre a abertura e o fecho de portas, fico paralisada e recuso entrar. Não sou capaz. A verdade é que, desde que uso o comboio, nunca encontrei alguém em cadeira de rodas. E algo me diz que não sou a única com medo.
“Deixei de usar transportes públicos há 30 anos”, conta Jorge Falcato, 56 anos, paraplégico desde os 24. De casa, em Chelas, para o trabalho, no Campo Grande, este arquitecto desloca-se sempre num carro adaptado. “Senão tinha de vir de táxi”, diz. Mas de táxi também não teria muita sorte. Em todo o país, há apenas 11 táxis adaptados. Nenhum deles em Lisboa ou Porto.
Alternativas? Para ir até ao centro de Lisboa, poderia utilizar os autocarros da Vimeca, que ligam vários concelhos limítrofes à capital, incluindo Sintra. Dos 232 autocarros, 107 estão adaptados. Também a Carris, em Lisboa, tem 320 autocarros com rampa de acesso a cadeira de rodas, num total de 752 veículos. Por mês, há cerca de 250 pessoas a utilizá-los.
O número reduzido não surpreende Pedro Oliveira. “Fiz as contas. Desde que o autocarro pára até que volta a arrancar, são pelo menos cinco minutos para o passageiro entrar com a cadeira de rodas. Mais três minutos para sair. Isto em hora de ponta, em Lisboa, é impensável”, sublinha. “Aí, o factor de inclusão no design para todos vai por água abaixo.”
Volto para trás, e peço boleia, de carro, para o trabalho. Até porque mesmo que tivesse ido de comboio e depois seguido no metro, não poderia sair nas estações que utilizo habitualmente, porque nenhuma tem acessibilidade. Das 46 estações do metro de Lisboa, apenas 27 têm acessibilidade plena (com elevador). Mesmo nestas, como é que se sai se o elevador está avariado?
Ter um carro adaptado parece ser a melhor solução. O problema é que perto do trabalho não há lugares reservados a estes veículos. “Mesmo quando há, os outros automobilistas não respeitam e ocupam-nos”, diz Celeste Costa. Passando, com ajuda, o pequeno degrau à entrada do edifício onde trabalho, é fácil subir até à redacção, de elevador. Os corredores da sala são largos. Mas falta a casa de banho adaptada.
Vou entregar a cadeira, de carro, e volto de metro. Já não reparo nas pedras levantadas, nos passeios altos, nos degraus que, há horas, me pareciam um monte Evereste. “Não podes construir um mundo ideal”, dizem-me os amigos. Será que um dia deixarão de ter razão?


Mariana Passos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Acessibilidade



"A verdadeira deficiência é aquela que prende o ser humano por dentro e não por fora, pois até os incapacitados de andar podem ser livres para voar." Thaís Moraes

Ana Moreira

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ser diferente é normal

Já te imaginaste sem uma perna ou sem um braço? Já te imaginaste sem poderes fazer livremente tudo aquilo a que estás habituado? Já te imaginaste sem a autonomia que tens actualmente para te levantares e ires buscar um simples copo de água?
São tudo coisas tão naturais para nós que, por vezes, não lhes damos o devido valor e importância. São acções inatas, que nascem connosco, que nem pensamos em quem não as pode realizar com tanta facilidade.
É importante ganharmos consciência que há pessoas com dificuldades físicas, que lhes foram impostas pela vida, sem que elas tivessem hipótese de escolha, que precisam da nossa ajuda. Precisam que não as olhemos de lado e que acima de tudo lhes demos o que elas mais necessitam, RESPEITO e IGUALDADE.
Temos de fazer com que elas sintam que apesar das limitações físicas que têm, que elas podem ser pessoas iguais a nós, com empregos, com igualdade de oportunidades, com acesso a todos os locais, com direito a viver tão intensamente como nós.
Vamos todos tentar pensar um bocadinho mais nos outros e ajudar quem precisa? Vamos lá, não custa nada!


Mariana  Passos

"Um dia como Portador de deficiência Motora"

 

Pequenas coisas, que dão muito que pensar.
Iremos, mais tarde desenvolver um projecto deste tipo na nossa regiao.


Susana Calçada
Marta Leitão.

sábado, 4 de dezembro de 2010

"Por uma Mão para o Rodrigo"- Campanha


  • Recolha de tampinhas.
    • Esta campanha servirá para ajudar o Rodrigo, menino de dois anos que nasceu sem a mão direita. Para mais informações contactar pela página: 
      • http://www.facebook.com/home.php?#/event.php?eid=161338543903568
Susana Calçada
Marta Leitão

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Inclusão Social dos Portadores de Deficiência


"Inclusão social é um conjunto de meios e acções que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela falta de classe social, origem geográfica, educação, idade, existência de deficiência ou preconceitos raciais. Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um sistema que beneficie a todos e não apenas aos mais favorecidos no sistema meritocrático em que vivemos." (retirado da Wikipedia)

Temos de fazer transformações na nossa sociedade, por mais pequenas que sejam, para conseguirmos igualdade de tratamento e oportunidade para todos.

Mariana Passos

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sexo sobre Rodas

Ter algum tipo de deficiência, seja ela física, sensorial ou intelectual, não significa perder os instintos, muito menos sexuais.



Todas as mulheres têm alguma parte do corpo que gostariam de mudar, seja uma gordurinha extra, um nariz longo ou um cabelo armado. De qualquer forma, existem algumas coisas que não podem ser mudadas com tanta facilidade, como uma paralisia ou a falta de um membro do corpo.
A vaidade pode ser um ponto comum entre elas, mas as semelhanças não param por aí. A sexualidade também está na lista. Deficiência não é sinônimo de impotência, é apenas uma forma de desenvolver novos métodos para sentir o prazer.
O psicólogo e especialista em sexualidade humana Fabiano Puhlmann Di Girolamo, explica que apenas pessoas que possuem algum tipo de lesão na medula correm o risco de perder a sensibilidade. Mesmo assim, essas pessoas ainda possuem outros sistemas (simpático e parassimpático) que permitem algum tipo de sensação como o calor do corpo ou arrepios. Além disso, a mulher ainda é capaz de seduzir e ter filhos.
Diferente do tetraplégico ou paraplégico, uma pessoa que sofre algum tipo de amputação, possui paralisia cerebral, Osteogenesis Imperfecta (ossos quebradiços) ou outros problemas, não perde a sensibilidade. Nesse caso, a questão maior que se enfrenta é o preconceito.Quebrar esse obstáculo é a principal barreira que qualquer pessoa com alguma deficiência carrega. 
O sexo feminino deve estar atento aos seus pontos erógenos, que variam de pessoa para pessoa. De acordo com o especialista em sexualidade da AACD, Marcelo Ares, aquelas que sofreram lesão medular perdem parcial ou totalmente a sensibilidade dos órgãos genitais, podendo atingir o chamado paraorgasmo, uma sensação de prazer que não chega a ter todas as propriedades de um orgasmo. Para isso, ela deve descobrir áreas do corpo que antes não eram tão exploradas, como os mamilos, por exemplo.
Já o homem possui uma sexualidade focada no órgão genital. Apesar da possibilidade de manter a ereção presente quando sofre de alguma paralisia, ele perde o controle da ejaculação. Quando a lesão é incompleta, é possível que ele consiga ejacular normalmente através da relação sexual ou estimulado por procedimentos mecânicos. Em homens que tiveram lesão completa, um número pequeno (de 1% a 5%) pode conseguir ejacular.




Mariana Passos